Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher
- jornalpovo
- 28 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
Tomar conhecimento de um diagnóstico de câncer nunca é fácil – e no caso de um tumor como de mama e ovário, a descoberta é acompanhada de uma série de dúvidas e inseguranças que causam um grande impacto emocional nas pacientes. Na próxima segunda-feira, 28 de maio, é celebrado o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, data que atenta para a conscientização sobre os diversos problemas de saúde que afetam a vida das mulheres. Em alguns casos, a doença surge por conta de mutações genéticas, que, com o avanço da idade, podem levar a diversos tipos de câncer. Uma das mutações mais relacionadas ao surgimento dos tumores femininos é a do gene BRCA, mas com os avanços diagnósticos e o surgimento das terapias-alvo – quando o medicamento consegue atacar somente as células tumorais, preservando as que estão ao redor – os exames se tornaram mais do que uma ferramenta de aconselhamento genético, mas também um importante aliado para determinar o melhor tratamento para as pacientes.

Entendendo a mutação Para compreender melhor a causa do gene BRCA estar associada ao desenvolvimento de tumores femininos, é importante entender o papel desses genes no organismo. “O BRCA1 e 2 estão envolvidos no reparo das moléculas de DNA danificadas, portanto, são genes que protegem o corpo do surgimento de cânceres” explica o dr. Sérgio Simon, Presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica). “Quando um desses genes sofre uma mutação, ele perde sua capacidade protetora, deixando o organismo mais suscetível ao surgimento de tumores malignos”. Apesar do cenário preocupante, nos últimos anos, com o desenvolvimento dos testes genéticos, os médicos ganharam uma ferramenta importante para identificar as pacientes com predisposição para desenvolverem a doença. Nesse caso, o ginecologista pode indicar um geneticista para um aconselhamento genético. Os testes para a mutação nos genes BRCA 1 e 2 ganharam fama após o caso da atriz Angelina Jolie, que retirou os ovários e mamas devido ao histórico familiar e probabilidade de desenvolver tumores nesses órgãos. É importante lembrar que ter a mutação nos genes BRCA 1 e 2 não representa um diagnóstico da doença, mas sim uma indicação de risco após uma análise hereditária. “O aconselhamento genético passa por etapas – normalmente, é realizado primeiro o teste em mulheres de uma mesma família que já têm ou já tiveram câncer” explica o dr. Simon. Com o resultado em mãos, é o momento de uma avaliação médica cuidadosa que buscará os melhores caminhos junto à paciente por meio de uma análise dos fatores de risco junto ao seu estilo de vida. A partir disso, é definida a melhor estratégia a ser trabalhada.
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